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Atos em Buenos Aires e Córdoba em solidariedade ao Brasil

Manifestações fazem parte de onda latino-americana de protestos contra o Golpe no Brasil

Nesta sexta-feira 15 de abril, movimentos argentinos e residentes brasileiros no país de somaram à jornada contra o golpe institucional no Brasil, no momento em que a Câmara dos Deputados define se da prosseguimento ao pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Roussef.

Com o lema #BrasilPelaDEmocracia, a convocatória surgiu da Articulação de Movimentos da Alba, que na quinta-feira divulgou a realização de atividades com o mesmo teor no Equador, Canadá e Estados Unidos.

“No 15 de abril o povo brasileiro tomará as ruas para dizer #NãoVaiTerGolpe, #VaiTerLuta. Junto com eles e elas, em vários países, os movimentos da Alba convocamos a expressar nossa solidariedade”, divulgou a articulação, anunciando atos em Quito, Washington, Chicago, Nova Iorque, São Francisco, Toronto e Ottawa, além das cidades argentinas. No fechamento desta matéria, havia indicativos de ações em Bogotá e Caracas.

Em Buenos Aires, a manifestação ocorre às 15h em frente à Embaixada do Brasil. Em Córdoba, haverá uma concentração às 13h na Praça Espanha.

“Organizamos estas atividades porque nos preocupa o que ocorre no Brasil. Um golpe terá impacto em todo continente, consolidando a política norte-americana na região”, apontou Gonzalo Armúa, militante da Pátria Grande, uma das organizações que integram a articulação.

Também disse que “com a vitória de Macri nas eleições da Argentina, os EUA deram um passo muito importante para desarmar os avanços da integração da América Latina e Caribe que ocorreram nos últimos dez anos, desde a derrota da Alca em Mar del Plata em 2005. Se dão um golpe no Brasil e assume um govenro de direita, como pretendem, em pouco tempo terão dado um giro radical na situação do continente”. Assim, “se legitimará, além disso, a nova modalidade de 'golpes brancos', com a participação dos meios corporativos de comunicação, o Parlamento e o Judiciário, um processo muito parecido com o do Paraguai em 2012”.

Armúa afirmou também quem manifestarão solidariedade ao MST, pelo assassinato de dois militantes ocorrido em 7 de abril no Paraná.

Além dos movimentos da Alba, entre os organizadores dos atos se encontram o Acampamento Anti-imperialista, um coordenação que reúne organizações argentinas de diferentes tendência políticas, e o Coletivo Passarinho, formado por brasileiras e brasileiros que vivem na Argentina.

Passarinhos em Buenos Aires

Esse grupo foi criado justamente por conta da situação política no Brasil. Foi fundado há poucos dias em uma data emblemática: 31 de março, 52 anos após o golpe de Estado que depôs o govenro Joao Goulart e implementou uma ditadura militar que durou até a década de 80.

“Nosso grupo é bem variado, como somos no Brasil. Ninguém vive aqui porque odeia o Brasil, ninguém veio por não poder viver nesse suposto 'estado de crise' que o ódio dos meios de comunicação insiste em divulgar no Brasil”, explicam em sua página de Facebook. “Muitos de nós só puderam chegar aqui porque a política dos últimos anos no Brasil nos abriu par ao mundo. Temos muitas críticas aos governos Lula e Dilma. Entretanto, o impeachment previsto na Constituição está previsto em caso de crime de responsabilidade. Sem crime, é um golpe”, completam.

 

Notícia originalmente publicadas no site argentino Notas - Periodismo Popular