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RJ: Chico, Lula e 70 mil contra o golpe

Artistas e intelectuais realizam ato em defesa da democracia na capital fluminense

A Lapa, no Rio de Janeiro, foi tomada em defesa da democracia nesta segunda-feira (11). Cerca de 70 mil pessoas o histórico bairro carioca para manifestar seu repúdio ao processo de impeachment que está sofrendo a presidente Dilma Rousseff. Foram dois atos. O primeiro na Fundição Progresso, comandado pelo cantor Chico Buarque. O segundo foi na praça dos Arcos da Lapa, convocado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela Frente Brasil Popular.

Chico, cantor que foi voz dos brasileiros contra a ditadura militar, teve acompanhantes de peso ao seu lado durante o ato na Fundição: Beth Carvalho, Tico Santa Cruz, Nelson Sargento, Flávio Renegado, Gregório Duvivier, Leonardo Boff, dentre outros artistas e intelectuais. O ator Wagner Moura enviou um vídeo em apoio à atividade. “Amamos essa energia toda, principalmente dessa juventude que está ai. Estaremos juntos em defesa da democracia. Não vai ter golpe”, disse Chico Buarque aos que assistiam ali o primeiro ato, no qual um manifesto – formulado por artistas e coletivos de cultura - pela democracia foi lançado.

Entres os presenes, não estavam apenas os que votaram em Dilma Rousseff. O ator Gregório Duvivier, do canal Porta dos Fundos, deixou claro o que uniu todos naquele espaço. “Aqui não é um ato em defesa de governo nenhum. Muita gente, assim como eu, não é eleitor, nem filiado ao PT. Esse é um ato em defesa da democracia”, disse o artista, ao qualificar como golpe a ação de impeachment contra Dilma.

Madrinha de uma legião de músicos, Beth Carvalho fechou o evento na Fundição Progresso em grande estilo. Música de resistência, o samba mais uma vez mostrou pra o que veio. “Não vai ter golpe de novo / Reage, reage meu povo / Vamos sair e dar as mãos para salvar o nosso país / Democracia é o que a gente sempre quis”, cantou Beth em coro com todas as vozes que também se escutavam ali.

LULA NA PRAÇA

Se o espaço do primeiro ato ficou pequeno, faltou praça pra abrigar os milhares que esperavam Lula nos Arcos da Lapa. Gente que saiu do trabalho ou que cruzou a cidade para ver um dos presidentes mais populares que o país já teve. Do palco, ele não poupou palavras para falar da conquista da democracia brasileira em 1985, quando o país finalmente deixou de ser governado por ditadores após 21 anos. “Aprendemos a gostar de democracia. Somente a democracia permite que um cara como eu chegue à Presidência. Que uma mulher como a Dilma chegue à Presidência”, lembrou Lula.

O ex-presidente apontou ainda a transformação da vida dos brasileiros em diversas áreas no último período. “Em doze anos conseguimos colocar 12 milhões e 800 mil jovens nas universidades. Eles, em cem anos, conseguiram colocar 3 milhões e meio de jovens nas universidades”, disse Lula ao criticar presidentes anteriores e destacando os diversos programas que possibilitaram o acesso ao ensino superior no Brasil como o Prouni, o Fies e a criação de universidades federais.

O petista ainda convocou à sociedade brasileira a se unir em defesa da democracia brasileira. “A gente não pode dividir a sociedade do jeito que está. Nós temos que dar a demonstração de paz”, discursou.

FUNK NA ORLA

Está marcada para o próximo domingo (17) a sessão do plenário da Câmara dos Deputados que votará o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. No Rio de Janeiro, movimentos populares organizarão pela cidade uma série de atividades para acompanhar a votação e denunciar, mais uma vez, que o impeachment é um golpe contra a democracia, já que Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade, hipótese necessária para a deposição da Presidência.

Um dos atos programados para o dia 17 acontecerá na orla de Copacabana no dia 17 de abril. Convocados pelo fundador da Furacão 2000, uma das maiores produtoras de funk do país, cerca de 100 mil pessoas vindas das favelas cariocas estarão presentes para denunciar o impeachment na praia mais famosa do Brasil.